Neste projeto além de descobrimos a fauna e a flora da nossa região, descobrimos também diversas lendas. Algumas delas são tão bonitas que devem ser partilhadas. Muitas destas lendas são sobre plantas presentes na nossa zona e sobre as quais já pudes-te descobrir mais no post anteior.
Estas lendas foram recolhidas pelos alunos da turma 3 D.
Lenda
das Camarinhas
D. Dinis, «O Lavrador»
porque mandou plantar o pinhal de Leiria no areal de Moher (S. Pedro de
Moel),rei poeta culto que criou os estudos universitários, foi um homem que
amou todas as belezas terrenas, desde a natureza, à beleza feminina, daí o ter
vários filhos fora do seu casamento. A rainha conhecia os pecados do marido e
naturalmente sentia ciúmes. As suas aias conhecedoras das vivências do rei
acabaram por lhe contar que o rei tinha mais um caso amoroso.
A rainha partiu então o cavalo, com
as suas aias, para tentar encontrar o marido. Ao chegar junto a um rochedo que
fica entre o pinhal e o mar viu o rei namorar com outra senhora. Ficou destroçada
e chorou tanto que todos os pequenos arbustos em seu redor se cobriram com as
gotinhas das suas santas lagrimas.
Desde esse dia os
pequenos arbustos que são as camarinheiras revestem-se de camarinhas em
homenagem às lágrimas da rainha.
Lenda
do Penedo da Saudade
Os marqueses de Vila
Real foram donos de Moher, atualmente chamado de S. Pedro de Moel, cuja
primeira parte do seu nome é do eremita (S.Pedro) que aí viveu. Moel de Moher
(as terras de Moher ficavam entre Leiria e o mar e por serem terras abastadas
em cereais eram muito ricas).
O Duque de Caminha, D.
Miguel Luís de Menezes, filho do Marquês de Vila Real, vivia feliz em Moher com
a sua esposa a Duquesa D. Juliana Máxima de Faro, filha dos condes de Faro.
Num dos seus passeios a
cavalo nas arribas da costa, pararam os dois sobre o promontório, onde foi
construído o farol de S.Pedro. Como estavam apaixonados ali fizeram as suas
juras de amor eterno.
Aquele local misturado
com o mato cresciam pequenas flores cor-de-rosa que eram tão raras que só se
encontravam naquele mesmo local. O Duque D. Miguel costumava oferecer ramos
destas flores à sua esposa. Nessa praia passaram alguns meses excelentes fazendo
os seus passeios naquele local que gostavam tanto, que o consideravam um
paraíso. Mais tarde tiveram de regressar a Lisboa porque tinha se dado a
Restauração de Portugal e o novo rei era D. João IV. O título de Duque de
Caminha tinha sido a D. Miguel pelo Rei D. Filipe II e D. João IV tinha-o
confirmado em 1641. O pai do Duque, o marquês de Vila Real, a quem o rei
português D. João IV também tinha confirmado o título e concedido ao marquês de
Vila Real o cargo de conselheiro de Estado. Contudo, não estava contente e
começou a conspirar contra o rei. Por isso, ele marcou uma reunião com outros
conjurados e pediu ao filho que estivesse presente. O filho participou nessa
reunião mas por outros motivos: dissuadir o pai das suas intenções contra o rei
D. João. No dia seguinte o rei teve conhecimento dessa reunião e mandou prender
todos os seus participantes. Apesar de a duquesa ter pedido ao rei para este
perdoar o seu marido foi sentenciada ao duque a pena de morte.
No dia a seguir à
execução de D. Miguel, a duquesa foi para a praia de Moher, pois era ali o
local no qual podia recordar os bons momentos anteriormente ali passados.
Decidiu visitar aquele local sempre que possível. Ali estavam as belas flores
cor-de-rosa que o Duque de Caminha lhe oferecia. A estas flores D. Juliana deu
o nome de Saudades e ao local o nome de Penedo da Saudade.
Lenda da Fonte da
Felícia
A Família Real foi fazer um dos seus
passeios à mata, o dia estava magnífico e enquanto a rainha e o príncipe
ficavam num dos belos locais da mata, o rei foi passear no seu cavalo.
Tão encantado estava com a beleza deste
local, que se distraiu com o tempo em que esteve longe da família. Ao reparar
nesse facto, depressa voltou a galope.
Quando chegou junto da rainha começou a
falar-lhe com imenso entusiasmo dos recantos por onde tinha passado, do mar e
do rio ali tão perto. As suas palavras e gestos eram gentis e a rainha logo o
desculpou sentindo a magia daquele espaço e daqueles momentos.
Aquele dia era de enorme felicidade.
Afonso que ali brincava há muito tempo,
sentiu sede e pediu água para beber.
A rainha ordenou a uma
das aias que a acompanhava que fosse buscar num vaso de prata, água da fonte
que ali corria perto.
Quando trouxeram a água ao príncipe, ele
ficou encantado com o seu sabor e frescura e perguntou à mãe o nome da fonte de
onde brotava aquela água. A rainha pensou que o nome da fonte devia ser
adequado ao dia feliz que todos estavam a ter e disse ao príncipe que a fonte
se chamava Felícia.
Lenda dos Pinheiros e do Pinhal do Rei
Diz-nos a lenda que
tudo era contado á Rainha Santa Isabel, por ela ser tão amigo de todos e lhes
dar tanta atenção.
Um dia os marinheiros
portugueses que vinham do Golfo da Gasconha trouxeram como combustível lenha e
pinhas dessas regiões.
Habituados que estavam
a comer os pinhões, abriram as pinhas e só encontraram umas sementes pequeninas
que não davam para se alimentarem. Guardaram-nas então para mostrar á rainha e
contar-lhe como eram muito mais alto este pinheiro, que também se davam em
zonas de areia.
A rainha foi até ao
pinhal e lançou para as areias um arregaçado de penisco. Passados meses verificou
que a sementeira já mostrava umas lindas arvorezinhas e foi mostrar ao rei D.
Dinis os pinheiros que tinha semeado pelas suas próprias mãos.
D. Dinis ficou
entusiasmado com o desenvolvimento dos pinheiros e desejoso de ter em
abundância material lenhoso para a construção naval, ordenou aos marinheiros
que na próxima viagem lhe trouxessem mais daquela semente.
Estas novas sementes foram depois lançadas à
terra em mais clareiras do pinhal e tratadas pelo povo que sempre acarinhou a
mata.
Depois espalhou-se por
esta zona e levada pelo vento cresceu de norte a sul do nosso país.